A obra de Roberto Santandreu, na sua produtiva diversidade, apresenta linhas de continuidade e coerência, reconhecíveis nos trabalhos que agora expõe.
O objeto aqui fotografado sob diversas formas e de diferentes geografias pertence, no plano do real, à mais baixa categoria dos equipamentos urbanos, esconde os dejetos e os tubos circulatórios da actividade humana, na sua dimensão estritamente biológica e tecnológica. Oculta o intolerável e o feio útil. Contudo, num plano mais vasto, essas aberturas, rasgadas no asfalto ou na calçada, são portas fechadas para a obscuridade e para o inconsciente coletivo que tememos escancarar.
Nascido em Milão, em 1948, de nacionalidade chilena, desde o início da sua juventude manifestou interesse pelas artes da fotografia. Estudou no Chile, Brasil, México, Costa Rica e Itália. Foi assistente do fotógrafo chileno Tito Vásquez. Em 1973, deixou o seu país e trabalhou em Oslo e em Londres. Em 1975, fixou a sua residência em Lisboa, onde exerceu a função de coordenador da equipa de Audiovisuais da Direcção-Geral de Educação Permanente.
Hoje em dia trabalha com vários artistas plásticos, produzindo o material fotográfico destinado à edição de livros de arte e outros.
Paralelamente ao seu trabalho profissional, exerce o seu trabalho de autor. Expõe regularmente desde 1996.