Exposição

Janeiro – Dezembro

19 Apr 2023 -
27 May 2023

 

A exposição “Janeiro-Dezembro” de Luís Paulo Costa no salão da Sociedade Nacional de Belas Artes vai buscar o seu nome ao conjunto de 12 pinturas que reportam aos céus dos doze meses do ano. Não é que a execução da série tenha ocupado o artista durante um ano inteiro, mas corporiza a noção de tempo, e sobretudo de duração, que o seu trabalho envolve.

Para o artista: “Todas as pinturas são lentas no fazer e, inclusive, antes do fazer. Há decisões a tomar que fazem parte do procedimento inerente à pintura: enquadramento, dimensões, instrumentos a usar, paletas de cor. Tudo isso é lento e tem um tempo próprio que não se pode acelerar.”

Este tempo corresponde à materialização da obra e a materialidade justifica a necessidade de pintar uma imagem já existente. A produção artística nunca é a reprodução legível e visível, do real ou de uma imagem, e esta série não propõe com certeza a correspondência literal dos céus nos meses do ano. É antes o resultado de apreensões corporais, temperaturas e intensidades, que pungem o visível e o aparente, rompendo a superfície para o lado de lá, assim conferindo espessura à imagem.

Não há outra maneira de entender a pintura senão entrando dentro dela, através do olhar e do corpo, mas também dos seus processos e problemas internos.

E, se hoje parece não haver qualquer pudor artístico em continuar a investir sobre o suporte tradicional da pintura, em cada núcleo da exposição há uma perturbação trazida por objetos tridimensionais que desconstroem a ideia romantizada de pintura. Esses objetos são também pinturas, e testam a sua credibilidade face ao real, mas não cedem ao estatuto ontológico da pintura.

O trabalho do artista lança indícios para a construção de uma narrativa, que sincronicamente se interrompe, e torna opaca, impossibilitando uma leitura sequencial e literal das imagens. É neste campo ambíguo, entre a «alusão que faz» e presença que «a pintura é», que a arte consuma um movimento de fecundação, de entrada e saída das superfícies, incarnação de espaço e tempo.

o artista
Luís Paulo Costa

Abrantes, 1968.

Vive e trabalha em Lisboa e S.José das Matas. FBAUL 1990 – 1996.  Iniciou o seu percurso expositivo no final da década de 1990. O seu trabalho é representado pela galeria Cristina Guerra contemporary Art, Lisboa, galeria Pedro Oliveira, Porto e galeria Krinzinger, Viena, Áustria.

Residência artística na Krinzinger Projekte em Viena, Áustria, 2020.

Está representado em várias coleções públicas e privadas, em Portugal e no estrangeiro, tais como: Fundação de Serralves – Museu de Serralves, Portugal. Fundação EDP – MAAT, Portugal. Coleção de arte contemporânea do Estado, Portugal. Fundação Carmona e Costa, Portugal.Museu Marta Herford, Alemanha. Coleção Figueiredo Ribeiro, Portugal. Fundação Leal Rios, Portugal. Coleção Teixeira de Freitas, Portugal. Coleção António Albertino, Portugal. Coleção MG, Portugal. Coleção Norlinda e José Lima, Portugal. Coleção SILD, Portugal. Coleção Alberto Caetano, Portugal. Coleção José Carlos Santana Pinto, Portugal. Bruno Spaas, Bélgica. Fred and Nancy Poses, E.U.A. Genny Selmo Nissenbaum, E.U.A.

Eventos

Visita comentada pelo artista Luís Paulo Costa

Sábado, 29 Abril, 15h00
Sábado, 13 Maio, 16h00

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