METAMORFOSES – Os rios transbordam e desabam…
Entre pinturas, bordados e um grande mosaico composto por fragmentos de diferentes tipos de pedras, a exposição Metamorfoses reúne maioritariamente novas obras, que são apresentadas e que dialogam com algumas outras mais antigas.
O denominador comum é o tema arcaico, e quão contemporâneo, do(s) transformismo(s). Das formas mudadas, da fluidez dos géneros, dos estados e das matérias. Apesar de delineadas em aparência as coisas tomam corpo noutros corpos e noutras coisas, tornam-se aparições. Nada permanece, tudo está em permanente devir.
É um grande canto coral que reúne as vozes, as memórias e as cosmologias dos vivos e dos mortos, dos deuses, das mulheres e dos homens, dos animais, das plantas e das pedras. Uma convocação, um encontro que atravessa os tempos e os lugares.
Apesar de convocar seres de todas as naturezas, criações e géneros, a exposição Metamorfoses declina-se, ou tem origem, no feminino. Evoca as mulheres como tecelãs de mitos, guardadoras e transmissoras das histórias originais, dos segredos do passado. O passado como mapa, como conjunto de linhas e de marcas. Como desenho. Lineamenta.
Escutar é já desenhar. Imaginar, a faculdade, a liberdade livre de criar imagens. No espaço giratório do salão da Sociedade Nacional de Belas Artes acedemos a um espaço evocativo de uma Domus Romana. Aí, livres de paredes, circulamos entre imagens — pintadas, bordadas, montadas — e imaginários. Alfabetos de formas mudadas, de árvores e arbustos, de aves e de rios, de deuses e de humanos.
Os tempos confundem-se, misturam-se. Aqui tudo é híbrido e impuro. O contemporâneo é o antigo e o antigo o contemporâneo. Precisamos de reaprender a contar histórias, de reaprender a ouvir. A ouvir as imagens, também. Estar com os outros, sonhar o nosso destino colectivo. De mudar.
Nuno Faria
ILDA DAVID’
Nasceu em 1955 em Benavente, Portugal
Vive e trabalha em Lisboa.
Educação
1976 – 1981, Escola Superior de Belas Artes de Lisboa
Exposições individuais (selecção)
2023
– Ária, Fundação Carmona e Costa – EAD, Lisboa
– Metamorfoses – Os rios transbordam e desabam, SNBA, Lisboa
– Visitas de Inverno, Giefarte, Lisboa
2022
– Falar com o Tempo, Museu da Guarda, Guarda
2021
– Une lumière de printemps, Centro Cultural Português – Camões, Luxemburgo
– Acidentes da sombra e da luz, Galeria Alda da Frente, Famalicão
2020
– Almoço no Campo, Land Art Cascais, Quinta do Pisão, Cascais
– Por trás das árvores há um outro mundo, Museu da Cidade – Casa Guerra Junqueiro, Porto
2019
– Desvios da Natureza (pintura), Museu Municipal de Faro, Faro
2017
– As Florestas São do Outro Mundo (pintura), Galeria Neupergama, Torres Novas
2016
– Do Negro a Luz – Desenho 1986-2016, Fundação Carmona e Costa, Lisboa
2014
– Maria Gabriela Llansol: O encontro inesperado do diverso (com Duarte Belo), CIAJG, Guimarães
– Azul de Perdição (pintura sobre papel), Giefarte, Lisboa
– Amor de Perdição (pintura sobre papel), Casa de Camilo, S. Miguel de Seide
2012
– O Quarto e o Bosque (desenho), Giefarte, Lisboa
2011
– Pentecostes, pintura na Capela do Rato, Lisboa
2009
– Vicente (pintura), Teatro de São João, Porto
– Cartas de São Paulo (pintura), Seminário Conciliar de Braga, Braga
2007
– Pentateuco (pintura), Museu Carlos Machado, Ponta Delgada
2006
– Ínsula (pintura), Escola António Arroio, Lisboa
2005
– Tábuas de Pedra (pintura), Porta 33, Funchal
– Florestas (desenho), Giefarte, Lisboa
2003
– Evaporação (pintura), Centro Cultural Emmerico Nunes, Sines
– Camarupa (pintura), Pavilhão Branco – Museu da Cidade, Lisboa
– Pintura de Ilda David’, Giefarte, Lisboa
2002
– Pintura de Ilda David’, Mundial-Confiança Chiado 8 Arte Contemporânea, Lisboa
– Pintura de Ilda David’, Galeria Fernando Santos, Porto
2001
– Pintura de Ilda David’, Giefarte, Lisboa
– Fausto (pintura), Teatro Académico Gil Vicente, Coimbra
2000
– Fausto (pintura), Galeria Fernando Santos, Porto
– Incubus (pintura), Sala Jorge Vieira, Parque das Nações, Lisboa
Visitas Comentadas
Com o curador Nuno Faria
Sábado, 17 junho, 16h00
Com o curador Nuno Faria
Sábado, 01 julho, 16h00
