O IAC existe há 40 anos. E senti que era uma excelente razão para dar a conhecer tanto do que fez nestes anos pelas crianças, mas também uma oportunidade para juntar mais pessoas e as suas mãos a esta causa e para pôr mais olhos a olhar para o IAC e pelas crianças. Por isso criei este projecto fotográfico: um projecto onde as crianças quiseram dar as mãos a quem está tão habituado a dar a cara e pode dar uma mão tão valiosa a esta causa.
Tantos de nós, estamos familiarizados com as caras que nos entram pela televisão e pela imprensa, mas desconhecemos as mãos dessas pessoas: as mãos que escrevem uma lei ou a letra duma canção; que agarram uma bola de futebol para marcar um livre directo; que seguram um guião, dias a fio; que carregam num botão que define o vencedor dum concurso; que pegam nos filhos ao colo; que seguram as mãos dos seus pais, como quem não as quer largar. As mãos que as crianças do IAC precisam sentir e segurar, enquanto o olhar as suporta, fora do foco da câmara.
Ricardo Pereira da Silva
Ricardo Pereira da Silva (Braga, 27 de Dezembro de 1970) é fotógrafo e fundador da RAWPHØTO, tendo tido uma carreira como marketeer, estratega e criativo publicitário para marcas de renome, por mais de 25 anos. A sua vida, no entanto, sempre foi marcada por uma conexão constante e inesgotável à fotografia – como fotógrafo amador e na publicidade, enquanto diretor criativo, membro de júris e produtor – até se tornar fotógrafo profissional de pessoas, em 2016.
Tem uma paixão insaciável por pessoas e uma crença inabalável na melhor versão de cada uma delas. Para ele, todas as pessoas são bonitas, quando são bondosas e relevantes para a vida dos outros. Através da fotografia, acredita poder ajudá-las a revelar o seu lado mais humano e a transmitir uma mensagem que as beneficie e as distinga positivamente, num mundo cada vez mais competitivo e desprovido de humanidade.
Segundo ele, enquanto não vir essa bondade nos olhos de quem fotografa, não repousa, nem pousa a câmara. Por isso mesmo, costuma dizer que as suas fotografias acabam nos seus olhos, quando nascem nos olhos de quem fotografa. E esses olhos deverão ser a primeira coisa a procurar nas suas fotografias, mesmo quando não estão visíveis.
A sua fotografia revela sempre o memorável encontro da luz: a que é emprestada pelo sol e suavizada pelas nuvens, a que é produzida pelas lâmpadas e, acima de tudo, a que emerge de dentro de cada Pessoa, através do seu olhar.
É um embaixador natural de tudo o que é cru, igual a si mesmo e não processado. Para ele, todas as pessoas têm uma história e uma personalidade que devem ser celebradas, rotuladas e defendidas, tal como cada vinho defende com brio as suas castas, a sua personalidade e a sua região.
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