Foi professora, artista, escritora, revolucionária, deputada, militante e dirigente partidária.
Em 1948, enquanto estudante da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, coordenou a participação dos alunos no Movimento de Unidade Democrática Juvenil (MUD), de oposição ao Estado Novo. Fez campanha contra as armas nucleares participando das grandes manifestações de fevereiro de 1952 em Lisboa durante a cimeira da NATO na cidade. Atividade que leva à sua expulsão da ESBAL a meio de 1952, juntamente com os processos disciplinares a 81 outros alunos.
É proibida, com o seu companheiro o escultor José Dias Coelho, de frequentar qualquer estabelecimento de ensino superior. É também impedida de lecionar.
Para sobreviver, por intermédio de Maria Lamas, colabora sob pseudónimo no suplemento ‘Modas e Bordados’ do jornal ‘O Século.’ Junta-se ao comité feminista de Maria Lamas e Maria Antónia Palla (mãe do futuro primeiro-ministro António Costa).
Militante do PCP, Margarida Tengarrinha passa enfim à clandestinidade em 1955, com o seu companheiro José Dias Coelho. Dedicavam-se ambos à falsificação de documentos de identificação.
O seu companheiro viria a ser assassinado a tiro pela PIDE em 19 de dezembro de 1961. No seguimento do assassinato parte para Moscovo e Bucareste, mas regressando a Portugal em 1968.
Depois do 25 de abril foi deputada entre 79 e 83 e dirigente partidária.
Margarida Tengarrinha regressou ao Algarve em 1986, à Praia da Rocha, onde nascera. Escreveu e ilustrou inúmeros livros, e expôs regularmente o seu trabalho desde então. Foi professora de Arte na Universidade Sénior de Portimão. Foi a primeira distinguida com o prémio Maria Veleda da Diretoria Regional de Cultura do Algarve, em 2016, sobre igualdade de género, cidadania, combate à discriminação e cultura no Algarve.